Chegamos a Dubai

Publicado em
5 de dezembro de 2023
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Oi, pessoal! Aqui é a Vitória, estrategista de conteúdo da APPLY.

Ainda não parece real, mas é verdade: cheguei a Dubai para acompanhar a COP-28. Represento o time na Conferência com um propósito claro: a busca de soluções para o presente e o futuro. Estamos interessados em diálogos promovidos pelas juventudes, organizações da sociedade civil, instituições de pesquisas e governos.

Estamos empolgados para conhecer propostas e reivindicações para uma transição energética justa e sustentável. Além disso, queremos ver projetos inovadores liderados por jovens ativistas e organizações da sociedade civil, principalmente dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia. Tem muita gente aqui e é, sem dúvidas, uma oportunidade incrível para inspirar mais ações no contexto climático. 

Eu cheguei aqui no dia 30 e fico até o dia 12. Essa jornada está só começando, mas posso adiantar o seguinte: é impossível ignorar a energia do evento na cidade. No aeroporto, nos outdoors nas ruas e estações de metrô, vemos muitos anúncios da Conferência das Partes. E, claro, empresas de tecnologia, energia e outros setores interessados também aproveitam a ocasião para se vender como sustentáveis e prontos para os desafios climáticos do futuro. 

O que também observei muitas ruas foi a bandeira do país. Aqui no hotel me informaram que no dia 2 de dezembro é celebrado o UAE National Day, um feriado para celebrar a prosperidade dos Emirados Árabes Unidos. 

Famosa pelos delírios de grandeza financiados pelo dinheiro do petróleo, Dubai realmente parece com as fotos: prédios gigantescos com vidros espelhados em uma região de deserto compõem a paisagem. Por onde vamos, vemos obras sendo erguidas, é realmente uma cidade em construção e também me pareceu cosmopolita. Muitos imigrantes do Paquistão e Índia integram a força de trabalho do local. O árabe e o inglês são falados pela maioria das pessoas. 

O Darlon Neres, jovem ativista do grupo Guardiões do Bem Viver, contou que “aqui a gente tem a oportunidade de ver como são feitos os acordos climáticos, como são distribuídos os espaços e como funciona a participação popular dentro da COP. Aqui tem sido muito discutida a questão do petróleo e queremos que os acordos estabelecidos aqui façam justiça climática para o nosso povo.”

Uma Conferência do Clima em um local como esse é, sem dúvidas, marcada por contradições. Começamos bem e com algum otimismo. Na Conferência de Abertura o presidente Lula discursou, dando um importante sinal para o mundo: o Brasil está de volta às negociações, sem negacionismo científico e bastante inclinado ao discurso da justiça climática: “O planeta está farto de discursos eloquentes e vazios. A conta das mudanças climáticas chegou mais cedo para os mais pobres. Não é possível enfrentar a mudança do clima sem combater as desigualdades sociais”, afirmou. 

Além disso, o Brasil trouxe a maior delegação de povos indígenas da história das COPs e, no momento, a ministra Sônia Guajajara é a autoridade máxima da nossa delegação brasileira. Isso é, sem dúvidas, “amazonizar” o mundo e reflorestar mentes. 

Por outro lado, a entrada do país na OPEP+ foi uma grande frustração para todos nós que defendemos o fim do uso de combustíveis fósseis e uma transição energética justa para todos os setores, principalmente para os mais vulneráveis. Kamila Sampaio, do Movimento Tapajós Vivo, chegou aqui junto comigo e avaliou essa expectativa versus realidade da COP: “Enquanto o Brasil discursa a favor das pautas dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada, ao mesmo tempo faz um movimento na direção contrária, com o uso de combustíveis fósseis. É um pouco frustrante”.

Nos próximos dias, vamos produzir alguns vídeos e também vamos publicar textos aqui no blog. Fiquem ligados por aqui para continuar acompanhando nossa participação na COP-28.

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