Conheça a Rede Amazônia Viva, projeto que realizamos em 2022 com a Natura
Esse é o vídeo manifesto de um projeto que desenvolvemos com a Natura e vários...
Leia +A COP-28 está chegando. Entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro deste ano, Dubai recebe a 28º edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). Organizações da sociedade civil, movimentos sociais e empresas estão organizando suas agendas de participação na conferência.
E para entender o que as juventudes amazônicas acreditam que deve ser prioritário para o enfrentamento às mudanças climáticas, conversamos com duas lideranças jovens que estão se preparando para participar do evento: Tay Silva, comunicadora do Palmares Lab, e Jean Ferreira, representante da COP das Baixadas.
Acreditamos que o ativismo, a sociedade e o governo, enfim, todos nós devemos olhar com atenção para as jovens lideranças e aprender com suas práticas e, quem sabe, incorporá-las em nossa forma de atuar. Com criatividade, articulação política, abertura para a diversidade e um excelente domínio das plataformas e estratégias de comunicação, a juventude amazônica não é apenas uma esperança para o futuro. É, também, o presente.
A juventude tem vez e voz! Compartilhamos aqui um pouco dessas conversas:
Articulação em rede
Tay Silva é historiadora e trabalha com comunicação no Palmares Lab, uma organização que estamos acompanhando há algum tempo. Ela vive em Icoaraci, região das ilhas de Belém (PA) e vai participar da COP pela primeira vez este ano. O seu principal objetivo é lançar a Aliança de Governança Energética da Amazônia. “Para pensar a Amazônia e pensar a transição energética, a gente precisa da participação das juventudes”, afirma.
Mas, na luta por uma transição energética justa, nada se faz sozinho. É preciso construir redes: Gueto Hub, COP das Baixadas, Greenpeace Brasil, Giramundo, Coletivo Miri, Utopia Negra, Cedenpa, Agência Jovem formam essa aliança que tem o apoio da Open Society.
A Aliança pretende chegar ao objetivo de lutar por uma transição energética justa fazendo oposição à exploração de petróleo na foz do Amazonas. Além da grande articulação interna, que foi possível por meio de encontros como o evento Juventude e Governança Energética: Desafios e Possibilidades de Transição, que aconteceu em Belém, Tay explica que a Conferência é um espaço para conseguir mais apoiadores para a causa.
Por isso, o grupo vai realizar outro evento de lançamento no Brasil Hub, o espaço brasileiro na COP de programações propostas pela sociedade civil. Mas, é claro, o trabalho não encerra nesta ocasião. Em nota divulgada pelo Palmares Lab, os participantes avaliam que para construir uma agenda democrática, coletiva e consciente das necessidades locais, “as soluções não podem ser discutidas apenas em conferências macro, mas também no nível micro, considerando as realidades das comunidades da Amazônia.”
“A gente acredita muito que é cada vez mais importante a presença de corpos amazônicos nas COPS. Não só nessa, mas também nas próximas. E isso só é possível com um apoio financeiro para as nossas organizações, para que a gente chegue a uma Conferência Climática com dignidade. Que daqui pra frente, nenhum passo para trás seja dado”, diz Tay, com otimismo.
Vontade de mudar a realidade
Jean Ferreira é um jovem ativista do Gueto Hub, em Belém (PA) e um dos organizadores da COP das Baixadas. Ele participou da Conferência pela primeira vez no ano passado, na edição realizada no Egito, como observador. Jean contou para nós que percebeu pouca presença de juventude, de pessoas pretas e, principalmente, amazônidas. “Existe um jogo de interesses muito grande e ninguém tem acesso aos chefes de Estado, então é um pouco decepcionante”, desabafa.
Apesar disso, o ativista acredita que a sociedade civil precisa participar cada vez mais dos eventos paralelos à COP, pois os encontros proporcionam o fechamento de parcerias, a captação de recursos para projetos e acessos a debates que só ocorrem durante a Conferência.
Movido pela vontade de mudar a realidade de seu bairro na periferia de Belém, o Jurunas, Jean vai participar da COP-28 com alguns objetivos: junto com o Perifa Connection, vai discutir racismo ambiental dentro do Painel do Brasil. Além disso, pretende realizar ações da campanha Ouça as Vozes da Amazônia, organizada pela ONG Mandi. Jean também pretende captar recursos para a realização de uma COP das Baixadas em Belém paralela à Conferência de 2025.
Acompanhe e apoie
Ficou inspirado aí, também? Você pode acompanhar a atuação desses jovens, saber mais sobre essas organizações e apoiar seus trabalhos acessando os links: