Cúpula da Amazônia: nossa curadoria de conteúdos

Publicado em
16 de agosto de 2023
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No início de agosto, Belém (PA) recebeu dois eventos de cooperação internacional em prol da Amazônia: o Diálogos Amazônicos e a Cúpula da Amazônia. O primeiro reuniu representantes da sociedade civil, movimentos sociais e organizações do terceiro setor em atividades auto-organizadas, para debater o futuro da região. Já a Cúpula reuniu os líderes dos países da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) para chegar a acordos sobre a preservação deste território. 

Diante dos crescentes desafios relacionados ao desmatamento, mudanças climáticas, preservação da biodiversidade e respeito aos direitos das comunidades indígenas, a expectativa era de promover discussões construtivas e ações concretas. Mas será que isso ocorreu mesmo?

Vários parceiros da Apply estiveram presentes nesses espaços e produziram informações e reflexões superimportantes sobre os resultados destas discussões.

Se você não conseguiu acompanhar ao vivo o que rolou por lá, vem dar uma olhada na nossa curadoria:

1. InfoAmazônia e PlenaMata: um balanço sobre todos os dias da Cúpula

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Guilherme Guerreiro Neto | PlenaMata

A parceria entre InfoAmazônia e PlenaMata trouxe uma cobertura diária do evento, levando em conta as questões políticas e os diferentes interesses em jogo. O debate sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas e a decepção dos movimentos sociais com os tímidos compromissos assumidos na Carta de Belém foram os temas principais da cobertura.

Leia aqui: https://plenamata.eco/tag/cupula-da-amazonia/


2. Transição energética e protagonismo dos povos amazônicos: Palmares Lab no Diálogos Amazônicos

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O pessoal do Palmares Lab, laboratório-ação de jovens ativistas do Norte brasileiro, também esteve por lá e deixou o recado: não é possível discutir acesso à energia na Amazônia sem o protagonismo dos povos e comunidades locais.

Vale a pena conferir os vídeos que publicaram durante o evento: https://www.instagram.com/p/Cvp1GsTMh6-/


3. ClimaInfo: o que ficou de fora dos compromissos assumidos?

CUPULA DA AMAZONIA

O ClimaInfo também produziu textos diariamente sobre os principais temas pautados durante a Cúpula da Amazônia e destacou o que ficou de fora da Declaração de Belém:

 “A “Declaração de Belém” – assinada por presidentes e autoridades dos países amazônicos, que receberam os documentos produzidos no encontro da sociedade civil – deixou um gosto de “quero mais”. Mais do que isso, a carta deixou a certeza de que precisamos de mais. E já.”

Imperdível:  https://plenamata.eco/2023/08/10/a-importancia-e-os-vazios-da-cupula-da-amazonia/


4. MapBiomas: Dados atualizados sobre uso e cobertura da terra na Amazônia

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Para engrossar o caldo e aprofundar os conhecimentos sobre a região, dados atualizados são fundamentais. O MapBiomas publicou, no mesmo período, a Coleção 4 de Mapas Anuais de cobertura e uso da terra em todos os países amazônicos.

Para divulgar os dados, a organização organizou um conteúdo estratégico com 6 fatos sobre a Amazônia. É um resumo muito bom.

Acesse aqui: https://www.instagram.com/p/CvxCh4HO5Dy/?img_index=1


5. WWF-Brasil: uma visão crítica sobre a falta de metas para acabar com o desmatamento

Jacqueline-Lisboa-WWF-Brasil

Após o evento, o WWF-Brasil celebrou que os líderes dos países da região tenham ouvido a ciência e compreendido o apelo da sociedade: não temos muito tempo para agir, a Amazônia está em perigo. No entanto, a organização também lamentou que os países amazônicos não tenham chegado a um consenso para zerar o desmatamento até 2030. Eles explicam:

“Brasil e Colômbia comprometeram-se a interromper o desmatamento até 2030, mas essa meta não foi aceita pelos demais países. Os presidentes decidiram criar uma “Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento”, mas não concordaram com uma meta unificada, o que é crucial para evitar o ponto de não retorno.”

Leia na íntegra: https://www.wwf.org.br/?86641/Governos-reconhecem-a-urgencia-de-evitar-o-ponto-de-nao-retorno-na-Amazonia


Por aqui, ainda estamos digerindo e conversando sobre o que tudo isso significou para a causa que defendemos. Por um lado, estamos orgulhosos da movimentação construída pela sociedade civil em prol da Amazônia. Isso precisa ser, cada vez mais, o assunto principal do dia e eventos como Diálogos e Cúpula ajudam a dar volume a essas discussões. 

O Diálogos Amazônicos colocou em evidência as vozes dos principais afetados pela crise climática. Consideramos um avanço que a sociedade civil possa apresentar demandas abertamente aos governos. Isso tem ainda mais peso após termos vivido anos tenebrosos recentemente. Um evento desse porte, que mobilizou tantos atores e entidades da sociedade civil, não teria espaço há um ano atrás, por exemplo. 

Mas, fazemos coro aos nossos parceiros, e também lamentamos a falta de metas mais ousadas para zerar o desmatamento até 2030 e expressamos muita preocupação com o interesse em continuar explorando petróleo, quando a ordem do dia deveria ser a transição energética.  O sentimento é de que o governo brasileiro não escutou a sociedade civil da forma que deveria, e isso é frustrante. O tempo é curto e a hora de agir é agora. 

Continue acompanhando nosso blog e não deixe de acessar nossos textos anteriores sobre justiça climática.

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